O Bairro do Amor

Uma varanda debruçada para a vida

sábado, dezembro 11, 2004

Lux Frágil



Desde ontem à noite que estou com umas saudades gigantescas do Alcântara. Eu sei que é tudo uma construção mental do meu subconsciente, mas a verdade é que o alcantara atingiu, na minha cabeça, o estuto de Lenda, com tudo o que isso comporta de intangível e de ilusório. Para mim é o El Dorado da diversão nocturna. E eu já só apanhei aquilo nos anos da decadência. Mas quem passou pela noite de Lisboa no início do anos 90 certamente percebe o que eu quero dizer. Se calhar estou a ficar piquinhas, quezilento, saudosista e velho, muito velho. Qualquer dia estou a utilizar espressões do género "no meu tempo..."!
Isto a propósito da minha passagem pelo Lux, ontem à noite. Não chegou a ser dramática, mas foi desagradável, quem sabe, a seu tempo, fatal.
Sempre tive uma excelente opinião a respeito daquele espaço, mas isso tem vindo a mudar nos últimos tempos. Eu sei que a crise toca a todos, mas...será preciso chegar ao ponto de deixar entrar TODA A GENTE? Não acho que uma pessoa tenha que ir toda aperaltada para a discoteca, muito pelo contrário, mas fato de treino, por muito caro que seja, parece-me realmente excessivo.
Pior que isso, não apanhava o Lux tão cheio desde a festa de aniversário. Ontem não chegou tão longe, mas deve ter andado perto. Meia hora na fila para entrar, com uma temperatura próxima da negativa; mais meia hora para no bengaleiro; quinze minutos para conseguir uma bebida; vinte minutos para comprar tabaco; no caso das mulheres mais meia hora para entrar no wc; 15 cm2 por pessoa, para dançar ao som dos 2 many dj's; resultado: uma noite para esquecer. Ou para não esquecer. Tão depressa não me devem apanhar lá outra vez. E a fama do Lux a ficar cada vez mais frágil.

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