O Bairro do Amor

Uma varanda debruçada para a vida

quarta-feira, janeiro 12, 2005

Da Adopção

Agora, falemos de assuntos sérios.
Muito se tem falado e escrito acerca da adopção por casais de homossexuais. Não vou aqui dissertar sobre a legislação portuguesa, que é hipócrita e imbecil. Considero, simplesmente, que deve ser revista, na sequência de uma avaliação profunda dos valores que dominam a sociedade contemporânea. E para mim não existe valor mais elevado, para uma democracia, do que o da Liberdade. A lei deve regular a liberdade, garantindo o seu usufruto a todos os seus cidadãos; não cercear, anquilosar, limitar.
Ao analisar o processo da adopção deve ser tido em conta o supremo interesse da criança. Ora, eu considero que o supremo interesse da criança passa por proporcinar-lhe condições para crescer e se desenvolver em termos humanos, num ambiente equilibrado e estável, em termos económicos, sociais e afectivos.
Aqui é que a porca torce o rabo e começam os preconceitos a emergir.
Também não adianta de muito estar a enumerar as palermices que muita gente pensa e diz acerca do "estilo de vida dos homossexuais". São simplesmente PRECONCEITOS. Será que alguém, com um palminho de testa e na posse das suas faculdades mentais básicas, acha mesmo que um casal de indivíduos do mesmo sexo é menos capaz de dar amor, um lar, uma família, conforto, carinho, educação, cultura, livros, brinquedos, e tudo o mais, do que um casal composto por um homem e uma mulher?
Não quero entrar em argumentos sensacionalistas, mas os telejornais estão aí, todos os dias, a provar o contrário.

1 Comments:

  • At 4:15 da tarde, Blogger A said…

    Os telejornais são demoniacos.
    Concordo contigo nos argumentos que esgrimas...
    Há coisas que, de tão óbvias, deviam ser naturais.
    Os afectos não se medem pelo sexo, em circunstância alguma. Inclusive na questão da adopção de crianças.
    Os preconceitos combatem-se e diluem-se no tempo.
    A questão Lusa é bastante mais complicada.
    Tem a ver com dissimulação, vergonha, em última instância, com falta de coragem.
    Como podes apelar á transparência e claridade nesta e noutras questões quando os vícios privados não correspondem minimamente com á imagem pública?
    Opinion Makers, inclusive.
    Há gente a lixar leis, mentalidades, a atrofiar o futuro por causa dos seus umbigos, do seu belo prazer, de armários bambos.
    Quando o exemplo não vem do topo, quando a coragem e o estímulo não surge das altas esferas,é de baixo que se muda ?
    "Revolution on the way"?
    Hummmmmmmmm....
    Há um longo caminho a percorrer neste cantinho á beira mar atolhado.
    As crianças, infelizmente, terã ainda bastante que esperar!
    Há questões mais prementes.
    "Suffer the children", lá diz o outro...
    ....

    Tem um bom fim de semana.
    Tu e o teu "Baskin" Robbins... ;)
    Continua solarengo.

    K

     

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