Fim de semana à tarde
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Um desses livros despertou-me a curiosidade por estar a ter um sucesso de vendas sub-reptício; é um daqueles titulos que se vendem às pinguinhas, mas com muita regularidade, um ou dois por dia. Além disso foi aconselhado pelo Panascal, o que é sempre um bom indício. Peguei, devorei e adorei.
Intitula-se "A Sombra do Vento", e é da autoria do espanhol Carlos Ruiz Zafón. Uma narrativa engenhosa alia-se a um estilo de escrita escorreito, limpo de barroquismos e pretensiosismos. Não quero desvendar muito da história, por isso adianto apenas que envolve um escritor deaparecido, um livro amaldiçoado, identidades dúbias, perseguições e inevitavelmente desencontros amorosos, intrigas e muito mistério. Quem for fã de outro famoso escritor espanhol, Arturo Peréz-Reverte, não vai sair defraudado desta história.
Outro título a destacar-se, apesar da histería/carneirada em redor do Código Da Vinci (e sucedâneos) e do José Gil, é o recente romance de Nelson Motta, "O Canto da Sereia". Este livro marca o surgimento de uma nova editora, especializada em autores brasileiros, a Palavra, associada à Asa, mas com uma linha editorial mais estimulante, mais cuidada em termos estéticos, com um piscar de olho descarado ao público que começa a cansar-se do hermetismo da Assírio & Alvím.
"O Canto da Sereia" tem a Bahia como pano de fundo, e narra o mistério e investigação do assassinato de Sereia, a maior estrela do firmamento da Música Popular Brasileira, em pleno desfile do carnaval de Salvador. Os personagens e o ambiente transportam-nos para uma Bahia enraizada em costumes antigos, mas bem atenta ao desenvolvimento característico das sociedades modernas. Candomblé de mãos dadas com a alta tecnologia, o caciquismo com o marketing, a sensualidade dos trópicos e a descoberta de "novas" formas de amar.
Li-o de um fôlego. Eu que não gosto muito de literatura sul-americana! Há que ter em conta que Nelson Motta apresenta uma perspectiva muito própria, fruto talvez de uma filtragem chamada "Manhattan Connection", ou do convivio íntimo com Marisa Monte, Marilia Pêra ou Ellis Regina. Ninguém pode sair impúne.
Enquanto a Prima Vera chega e não chega, vai-nos deixando neste impasse, neste chove e-não-molha (ou chove - não chove), com tardes acinzentadas e pachorrentas, que nos impregam de um desejo profundo de inactividade, de ficar deitado no sofá a contemplar o vazio, ou o ecrã da televisão, que é quase o mesmo. Para os mais inquietos, ou mais exigentes, ou menos preguiçosos, o refúgio num livro pode ser uma boa desculpa para uma tarde de modorra.
Se não tivesse uma vida social tão agitada, era o que eu faria. Tendo em conta esse facto, resolvi antecipar-me, não dormir, e devorar os livros que me andavam a fazer comichão nos últimos tempos.
Se não tivesse uma vida social tão agitada, era o que eu faria. Tendo em conta esse facto, resolvi antecipar-me, não dormir, e devorar os livros que me andavam a fazer comichão nos últimos tempos.
Um desses livros despertou-me a curiosidade por estar a ter um sucesso de vendas sub-reptício; é um daqueles titulos que se vendem às pinguinhas, mas com muita regularidade, um ou dois por dia. Além disso foi aconselhado pelo Panascal, o que é sempre um bom indício. Peguei, devorei e adorei.
Intitula-se "A Sombra do Vento", e é da autoria do espanhol Carlos Ruiz Zafón. Uma narrativa engenhosa alia-se a um estilo de escrita escorreito, limpo de barroquismos e pretensiosismos. Não quero desvendar muito da história, por isso adianto apenas que envolve um escritor deaparecido, um livro amaldiçoado, identidades dúbias, perseguições e inevitavelmente desencontros amorosos, intrigas e muito mistério. Quem for fã de outro famoso escritor espanhol, Arturo Peréz-Reverte, não vai sair defraudado desta história.
Outro título a destacar-se, apesar da histería/carneirada em redor do Código Da Vinci (e sucedâneos) e do José Gil, é o recente romance de Nelson Motta, "O Canto da Sereia". Este livro marca o surgimento de uma nova editora, especializada em autores brasileiros, a Palavra, associada à Asa, mas com uma linha editorial mais estimulante, mais cuidada em termos estéticos, com um piscar de olho descarado ao público que começa a cansar-se do hermetismo da Assírio & Alvím.
"O Canto da Sereia" tem a Bahia como pano de fundo, e narra o mistério e investigação do assassinato de Sereia, a maior estrela do firmamento da Música Popular Brasileira, em pleno desfile do carnaval de Salvador. Os personagens e o ambiente transportam-nos para uma Bahia enraizada em costumes antigos, mas bem atenta ao desenvolvimento característico das sociedades modernas. Candomblé de mãos dadas com a alta tecnologia, o caciquismo com o marketing, a sensualidade dos trópicos e a descoberta de "novas" formas de amar.
Li-o de um fôlego. Eu que não gosto muito de literatura sul-americana! Há que ter em conta que Nelson Motta apresenta uma perspectiva muito própria, fruto talvez de uma filtragem chamada "Manhattan Connection", ou do convivio íntimo com Marisa Monte, Marilia Pêra ou Ellis Regina. Ninguém pode sair impúne.
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