O Bairro do Amor

Uma varanda debruçada para a vida

quinta-feira, março 24, 2005

Páscoa




Desde pequeno que fugia da catequése como o diabo foge da cruz. A disciplina de Religião e Moral estava estratégicamente programada para as 8 horas da manhã de terça-feira, pelo que, genéticamente dominado pela perguiça, nunca apareci.

Assisti a algumas daquelas cerimónias típicas (casamentos, baptizados e funerais), mas com pouco empenho - acabava por escapar para o adro, para brincar com os outros putos ou, mais tarde, para fumar às escondidas. Há mesmo quem afirme que estive presente no meu próprio baptismo, mas não me lembro.

Servem estes parágrafos para justificar a minha profunda ignorância no que diz respeito à religião católica. Aquilo que conheço dos seus princípios, valores, ideais, fundamentos e histórial, é fruto de uma curiosidade tardia e de uma forte indignação. Quando comecei a tentar perceber o mundo que me rodeava tropecei, por mais do que uma vez, nas intervenções, ensinamentos e tomadas de posição da Igreja Católica Apostólica Romana (ICAR).

Ora, pensei eu, não será melhor investigar mais a fundo o que é que estes senhores estão a querer dizer, e o porquê de o estarem a dizer? Foi o que fiz. Como é obvio as minhas pesquisas foram limitadas, por vezes cirúrgicas, e ficaram muito longe de me conferir qualquer predicado válido em Teologia. Mas fizeram alguma luz no meu espírito e esclareceram algumas das minhas dúvidas.

No entanto houve um conjunto de questões que resistiram, sobretudo em torno do tema da Páscoa. Afinal qual é o significado da Páscoa? Creio que tem a ver com os últimos dias da vida de Jesus, a sua condenação, crucificação, morte e resurreição. Mas também tenho a sensação que já na época de Jesus se celebrava a Páscoa e, se não estou em erro, é exactamente essa celebração que está retratada na "Última Ceia". Nesse caso, a ser verdade, então celebra-se o quê, afinal? E qual é, exactamente a diferença, entre Páscoa e Quaresma?

Prevejo um fim-de-semana pascal interessantíssimo a investigar este assunto. No entanto, se houver por aí alguma alma caridosa que se apiede de mim, e me esclareça... ficarei imensamente grato.

E já agora: onde é que entra o Coelhinho da Páscoa, no meio desta história? Também foi a Coca-Cola que inventou?

Update: Graças ao blogue Rua da Judiaría, via Renas e Veados, esclareci muitas das minhas dúvidas, numa leitura posterior à concepção desta posta. Recomendo.