O Bairro do Amor

Uma varanda debruçada para a vida

terça-feira, janeiro 24, 2006

50,59%


VERGONHA!

NOJO!

REVOLTA!

domingo, janeiro 22, 2006

Anjos na Europa

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Goldelse, Tiergarten, Berlim

Cavaco NÃO, Cavaco NUNCA!


Ainda tenho uma pontinha de esperança, da dimensão de uma luz de presença, de que haja uma hecatombe eleitoral, de que todas as sondagens estejam viciadas e Cavaco não vença. O meu lado mais racional diz-me que é uma tolice, mas a realidade deixa-me arrepiado e enojado.

O mínimo, - e não é muito, num cenário suficientemente negativo,- que desejo é que Cavaco não vença logo na primeira volta. Caso isso aconteça não sei quais serão os meus sentimentos em relação a mais de metade do eleitorado deste país, o que é praticamente o mesmo que dizer, a maior parte do povo português.

Rejeitar os resultados seria pouco democrático e arrogante. Mas não sinto capacidade para os aceitar resignadamente. Já há algum tempo que me sinto pouco identificado com esta massa dificil de definir a que convencionalmente se tem chamado de "povo português". Em alguns momentos, que se têm avolumado e intensificado, chego a sentir vergonha de pertencer a essa massa. A eventual vitória de Cavaco na primeira volta será um desses momentos.

Se Cavaco vencer as eleições, na minha perspectiva, fica de uma vez por todas provada a propensão do povo português para a mediocridade, o conformismo, o facilitismo, o caciquismo, o novo-riquismo, o saudosismo, o messianismo, o salazarismo, o chico-espertismo, o provincianismo,o paternalismo e mais uma centena de ismos pouco abonatórios, a juntar a uma boa dose de ignorância, estupidez (ingenuidade?) e orgulho empoeirado.

Ah e aproveitando o momento de me armar em José Gil, gostava de dizer que o proverbial desenrascanço de que tanto nos orgulhamos não é mais do que a flagrante prova da nossa mediocridade. Quando existirem neste país cabeças dispostas e aptas a pensar pelos seus próprios meios, sem medo de ferir susceptibilidades e compadrios, capazes de assumir responsabilidades, aptas a um tipo de acção organizado, funcional, eficiente, exigente e profissional, o desenrascanço deixará de ser necessário e, sobretudo, motivo de orgulho.

Nesse dia Cavaco Silva, e sucedâneos, deixarão de ganhar eleições em Portugal.

Para já, perante os cenários projectados, a maior tentação é a de atirar a toalha ao chão, desistir, virar costas, divorciar-me, ir para Berlim nas férias e não voltar. Não é que não haja mediocridade e provincianismo por aquelas bandas, mas são menos evidentes.

sábado, dezembro 24, 2005

All I want for Christmas...

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I don't want a lot for Christmas
There's just one thing I need
I don't care about presents
Underneath the Christmas tree
I just want you for my own
More than you could ever know
Make my wish come true...
All I want for ChristmasIs you...
I don't want a lot for Christmas
There is just one thing I need
I don't care about presents
Underneath the Christmas tree
I don't need to hang my stocking
There upon the fireplace
Santa Claus won't make me happy
With a toy on Christmas day
I just want you for my own
More than you could ever know
Make my wish come true
All I want for Christmas is you...
You baby
I won't ask for much this Christmas
I won't even wish for snow
I'm just gonna keep on waiting
Underneath the mistletoe
I won't make a list and send it
To the North Pole for Saint Nick
I won't even stay awake to
Hear those magic reindeer click'
Cause I just want you here tonight
Holding on to me so tight
What more can I do
Baby all I want for Christmas is youYou...
All the lights are shining
So brightly everywhere
And the sound of children's
Laughter fills the air
And everyone is singing
I hear those sleigh bells ringing
Santa won't you bring me the one I really need -
won't you please bring my baby to me...
Oh I don't want a lot for Christmas
This is all I'm asking for
I just want to see baby
Standing right outside my door
Oh I just want him for my own
More than you could ever know
Make my wish come true
Baby all I want for Christmas isYou...
All I want for Christmas is you baby...
Written by Mariah Carey and Walter Afanasieff

sábado, dezembro 17, 2005

Presidenciais 2005

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António Pestana Garcia Pereira


É estranho, muito estranho, mas a verdade é que, no meio deste vergonhoso arraial de mesquinhez e sabujice, Garcia Pereira, o eterno bombo da festa, é o candidato mais sério, e o que se comporta com maior dignidade. No mínimo, preocupante!

Uma questão de quimica

Chamemos-lhe Mr. Big. Não confundir com o da série de televisão. Não tem nada a ver. Digamos que... enfim, o tamanho, de facto importa.

A questão é que o Mr. Big tem tudo o que é essencial: é atraente, é sensivel, é interessante, and so on, and so on... e no entanto, quando finalmente nos conhecemos, após semanas de intensas negociações, e uma exaustiva troca de mensagens que variavam entre o kitsch e o puramente lamechas, tive a certeza que "as coisas" entre nós não iriam resultar.

Porquê? Não sei. Mas acho que é a isso que se chama química. Pode ser uma comichão no cérebro, um ardor no estômago, uma palpitação cardiaca, um reflexo muscular, qualquer coisa. Mas tem que estar lá. E no entanto não estava.

Um método alternativo, a que eu recorro com muita frequência, é aparentemente mais fácil, mas nem sempre seguro. Fecho os olhos. Imagino-me com A Pessoa - aquela que idealizei, o protótipo do par perfeito, a alma gémea - durante uma actividade que me dê um particular prazer: um jantar romântico, uma reunião de amigos de longa data, uma sessão de cinema, um passeio pela 5ª Avenida (sim, a Rua Augusta ou a Rua Garrett também servem!), uma discussão acalorada, uma cena de sexo explícito...

Uma vez que A Pessoa não é uma entidade material, não tem, portanto um corpo físico, em definitivo, o exercício é simples. Sobrepõe-se a imagem de pessoa em questão ao esboço d'A Pessoa.

Foi o que eu fiz. E o Mr. Big não encaixava. É pena. Mas, fazer o quê? Forçar a situação? Fazer como nas relações do antigamente e esperar que o amor nasca de uma grande amizade e da habituação? Não me parece.

O melhor é tentar minimizar os estragos e passar à frente. Quem é o senhor que se segue?

quinta-feira, dezembro 01, 2005

O Amor e a Cidade

O corpo recusa-se a acompanhar a mente ou o espirito. O meu bilhete de identidade diz que tenho 27 anos; comporto-me como se tivesse 19; o meu corpo leva-me a crer que cheguei à meia idade. Talvez seja efeito de uma ressaca descomunal. Ou talvez a ressaca seja mais um efeito do que uma causa.

Seja como for é algo perturbador discernir um certo mimetismo nestas sensações e comportamentos, a ainda mais quando se identifica a sua fonte. Bridget Jones, Carrie, Samantha, Karen e Patsy são, para mim referências, do mesmo modo que, para outras pessoas, em outros tempos e outros lugares, o foram Madame Bovary, Anna Karenina, Marguerite Gautier ou as heroinas das histórias de Jane Austen.

Também há o Robert, do "Alta Fidelidade", o Hugh Grant no " Quatro casamentos e um funeral", o Mr.Ripley, o Psicopata Americano e alguns personagens do David Leavitt. E começo a perceber um certo padrão: personagens de ficção. Inspirados em pessoas reais, ou não, a verdade é que todos estes nomes e respectivas idiossincracias, não existem e, portanto, tiveram que ser inventados (e incarnados).

A dúvida é: será saudável um individuo real comportar-se como um personagem de ficção inventado, provavelmente, por um criador com evidentes perturbações mentais?

A resposta só pode ser Não sei. E sinceramente não me preocupa muito. Preocupa-me mais - e é isto que me aproxima dos referidos personagens - a busca pela felicidade e por esse grande mito, o Amor. Temos outras coisas em comum, nomeadamente o facto de nos inserirmos num mesmo meio, a ampla classe media das grandes cidades do mundo ocidental. Somos entidades urbano-depressivas, perdidas nos labirintos de betão, em busca de algo que ninguém conseguiu definir de forma peremptória.

Somos limitados e compartimentados, ansiamos por liberdade e horiozontes longinquos, somos fúteis e profundos na mesma dimensão, incoerentes, inconstantes, incompreendidos e insaciáveis. A nossa maior batalha é pela felicidade, e no entanto não somos infelizes. Somos incompletos e recusamo-nos a perceber (aceitar) que essa será sempre a nossa condição até ao fim dos tempos, por mais livros cor de rosa que se escrevam, e filmes americanos que se produzam, a propagandear que dois seres, juntos, se podem completar.

Na dúvida continua-se a tentar e a teimar.

Se há uma certeza que tenho é a de que na próxima oportunidade - e o fim de semana já aí vem! - vou voltar a comportar-me como um indivíduo algures entre a adolescência e a meia idade, beber demais, flirtar com toda a gente, olhar para os homens bonitos e pensar "serás tu?", vomitar, correr meia Lisboa a pé, desde Alcântara a Alfama, passando por S.Bento porque entretanto me perdi e não há táxis, tentar não chorar quando dou por mim sozinho em casa, acordar no outro dia, para ir trabalhar, e sentir-me mal a todos os niveis, mas com a consciência que tudo vai melhorar.

365 dias

Há exactamente um ano que este blogue nasceu. Talvez por isso este seja um dia propicio para o fazer renascer, na esperança de que não se tenha perdido muito durante o demasiado longo e incipiente processo de mudança.

quarta-feira, outubro 26, 2005

Blogue em remodelação!

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sábado, setembro 24, 2005

Guarda-me a vida na mão


E não a deixes fugir.




Não hesitava um segundo
Entre os teus olhos azuis
E um quadro azul de Picasso
Entre o som da tua voz
E o som de qualquer compasso
Entre o teu anel de prata
E todo o ouro do mundo
Escolheria o que é teu
Não hesitava um segundo

Quantas ondas há no mar
Quantas estrelas no céu
Tantas quantas nos meus sonhos
Foste minha e eu fui teu
Entre o teu anel de prata
E todo o ouro do mundo
Escolheria o que é teu
Não hesitava um segundo

Entre o céu da tua boca
E a luz do céu de Lisboa
Entre uma palavra tua
E um poema de Pessoa
Entre a cor do teu sorriso
E todo o brilho do mundo
Escolheria o que é teu
Não hesitava um segundo

Entre o teu anel de prata
E todo o ouro do mundo
Escolheria o que é teu
Não hesitava um segundo

Tozé Brito