O Bairro do Amor

Uma varanda debruçada para a vida

sexta-feira, maio 27, 2005

Cuidado com as aparencias!

Este blogue está longe de ser subversivo e revolucionário. Mas, bolas, ser ignorado por um grupúsculo de aprendizes de salazar magoa. Não é justo.

Só para que não haja dúvidas:




Já agora, aproveitem a experiência do Bruno, e tenham cuidadinho com as pesquisas no Google.

quarta-feira, maio 25, 2005

Livro(s) do Dia

Aqui ficam algumas sugestões de Livros do Dia, disponibilizadas pelas Edições Almedina (pavilhão 36 - não juridicos). É aproveitar enquanto estão em "saldos".


Poezz
José Duarte Ricardo António Alves
Almedina - 2004
ISBN 972402203X
PVP: € 20.00 Preço na Feira: € 12.00

Jazz - Escute e Olhe, 1971-2001
José Duarte
Almedina - 2001
ISBN 972401617X
PVP: € 39.90 Preço na Feira: € 23.94

Paladares Pacíficos
Mónica Chan Minnie Freudenthal Inês Gonçalves
Almedina - 2004
ISBN 9724024024
PVP: € 22.00 Preço na Feira: € 13.20

Paladares de Cá
Mónica Chan Minnie Freudenthal Inês Gonçalves
Almedina - 2004
ISBN 9724024032
PVP: € 22.00 Preço na Feira: € 13.20

(correndo o risco de começar a soar desesperado, o que não podia estar mais longe da verdade...)

- Mas será que não há gay's em Alfama?!?! É que se não há digam, que eu vendo já a casa.

Stress laboral

Venho por este meio alertar para o excesso de actividades que está a assoberbar a minha existência. Durante as próximas semanas vou estar em movimento constante, entre a Feira do Livro, a loja, jantarinhos de inauguração da casa, burocracia, e todos os subterfugios para evitar lavar as pilhas de loiça resultantes do jantar da última sexta feira. Se não encontrarem postas novas não se admirem. Se fizerem questão de falar comigo... boa sorte!

Entretanto, era bom ter lá em casa um "massagista" qualificado para me ajudar a descontrair do stress laboral, durante aqueles bocadinhos em que "vou alí a casa dormir num instantinho e já volto". Candidatos ao lugar?

sábado, maio 21, 2005

Pergunta do Dia

- Boa tarde! Eu estou à procura de um livro... mas não sei bem como é que se chama... só sei que diz Eça de Queiroz na capa...

Esta vai ficar logo a seguir à da tipa que vinha à procura de um livro mas não sabia o título, não sabia o autor, não sabia a editora, só sabia que a capa era azul. É um mito livreiro, mas já nos aconteceu a todos.

Feira do Livro de Lisboa


Começa no dia 25 a festa do livro-ligeiramente-menos-caro em simultâneo com os jogos da caça ao autógrafo e do afagamento do ego da Margarida Rebelo Pinto, José Rodrigues do Santos, Agustina Bessa Luís, Eduardo Prado Coelho e todos os outros escritores com três nomes. À primeira vista estou a a notar a ausência do Saramago, do Pedro Paixão, da Rosa Lobato Faria e do J.L. Peixoto. Para não falar do Gonçalo M. Tavares, que já se deve ter fechado em casa a escrever os trinta livros que vai editar em 2012.

Nós, como habitualmente, também vamos lá estar, nas barraquinhas 36 e 37, encostadinhos à Assirio e Alvim, com a simpatia e o profissionalismo que nos caracterizam (às vezes). E até pode dar-se o caso de termos algum livro interessante para vender. Mas é pouco provável.

A Casa d@ Mariquinhas



Não tem janela com tabuínhas, o que é uma pena, mas não é por isso que tem menos encanto. A rua não é bizarra, mas tem algumas características sui géneris - a Isaura do 33 que todos os sábados presenteia o bairro com um best of de Nel Monteiro, as hordas de turistas que me passam à porta e tentam espreitar-me a casa pelo postigo entreaberto, os três cães minusculos que têm dono, mas não parece, e entram em casa de toda a gente com o maior descaramento, o Sr. António que domina o mercado imobiliário da zona, e muito mais.

Também não tem uma guitarra lá dentro, mas há alegria constante e cantorias desenfreadas enquanto se passa a esfregona pelo chão ou o pano pelo pó dos móveis. Felizmente as paredes são grossas e os vidros sólidos. A qualquer momento pode estalar um faduncho...

"É numa rua bizarra
A casa da Mariquinhas
Tem na sala uma guitarra
E janelas com tabuinhas

Vive com muitas amigas
Aquela de quem vos falo
E não há maior regalo
Que a vida de raparigas
É doida pelas cantigas
Como no campo a cigarra
Se canta o fado à guitarra
De comovida até chora
A casa alegre onde mora
É numa rua bizarra

Para se tornar notada
Usa coisas esquesitas
Muitas rendas, muitas fitas
Lenços de cor variada.
Pretendida, desejada
Altiva como as rainhas
Ri das muitas, coitadinhas
Que a censuram rudemente
Por verem cheia de gente
A casa da Mariquinhas

É de aparência singela
Mas muito mal mobilada
E no fundo não vale nada
O tudo da casa dela
No vão de cada janela
Sobre coluna, uma jarra
Colchas de chita com barra
Quadros de gosto magano
Em vez de ter um piano
Tem na sala uma guitarra

P'ra guardar o parco espólio
Um cofre forte comprou
E como o gaz acabou
Ilumina-se a petróleo.
Limpa as mobílias com óleo
De amêndoa doce e mesquinhas
Passam defronte as vizinhas
P'ra ver o que lá se passa
Mas ela tem por pirraça
Janelas com tabuinhas"

Letra: Silva Tavares
Música: Alfredo Duarte (Marceneiro)

Entretanto as frases mais recorrentes são "é a tua cara!" e "podias fazer isto assim, e pôr ali um não sei quê..."

Seja como for estou a rebentar de orgulho, vaidade e felicidade. Como diz uma vizinha e colega, estou tão inchado que não me cabe nem um palhinha no rabo.