O Bairro do Amor

Uma varanda debruçada para a vida

segunda-feira, março 28, 2005

Especialista Procura-se



Para Tratamento Intensivo

sexta-feira, março 25, 2005

A Santíssima Trindade


Marlon Brando


James Dean


Paul Newman

Engates com sotaque

Sou particularmente sensível à pronúncia do Norte (e não estou a falar da cantiga dos GNR). Mas há limites para tudo!

Engates de Trolha, á moda do Porto, carago !

- A tua mãe só pode ser uma ostra para cuspir uma pérola como tu.

- Sabias que te fica muito bem a cara?

- Só queria que fosses uma pastilha elástica, para te comer o dia todo.

- Tens um cú que parece uma cebola:
É de comer e chorar por mais!

- És como um helicóptero: gira e boa!

- Um dia pensei
Levar-te no meu coração
Mas depois topei
Que era muita areia para o meu camião...

- Usas cuecas TMN?
É que tens um rabinho que é um mimo!

- Belas pernas! A que horas abrem?

- Ó Fevera! Junta-te aqui à brasa!

- Ó joia! Anda aqui ao ourives.

- Ó morcôna, comia-te o sufixo!

- Sabes onde ficava bem essa tua roupa? Toda amarrotada no chão do meu quarto!

- Acreditas em amor à primeira vista ou tenho que passar por aqui mais uma vez?

quinta-feira, março 24, 2005

O Factor Trashmagnet



Não sou própriamente fã da Júlia Roberts. Mas gosto dela. Talvez devido ao facto de ela ter sido responsável por uma das mais importantes tomadas de consciência da minha vida.

Há uma cena no "Pretty Woman" em que ela explica como acabou por se tornar uma "apóstola das estradas". Um dos factores terá sido o facto de ela ter incorporado um trashmagnet: um aparelho que atraía, inevitavelmente, o mais acabado exemplar de escumalha humana localizado num raio de 500 km.

Tal como a Júlia, eu também tenho um trashmagnet!

Como qualquer príncipe ou princesa que se preze, fui visitado no berço por uma série de fadas. Para não fugir ao cliché, uma das fadas era má, a outra menos má (ela, no fundo, era boazinha; não tinha era jeito para... fadar!)

A fada menos má presenteou-me com um gaydar defeituoso - em plena festa da espuma do Trump's consigo ter dúvidas em relação à orientação sexual de alguns indivíduos! A má incorporou-me um trashmagnet.

O funcionamento da coisa é simples. Imaginem uma sala cheia de gajos (giros, se possível). Eu entro, faço o reconhecimento e xarãn! no meio da multidão consigo localizar o pior elemento - mau carácter, traiçoeiro, incontinente sexual, personalidade desviante, paranóico ou esquizofrénico, viciado em qualquer coisa, socialmente desadequado e desajustado, provavelmente advogado e do signo gémeos, - e pronto, o mais certo é arranjar maneira de o conhecer e apaixonar-me. Nunca falha. E nunca corre bem.

Um dos meus escritores fetiche, Hanif Kureishi, resume a situação assim:
«Somos infalíveis na nossa escolha de amantes, particularmente quando precisamos da pessoa errada. Existe um instinto, uma força magnética ou uma antena que busca o inadequado. A pessoa errada é, obviamente, certa para determinadas coisas - para nos punir, oprimir ou humilhar, para nos desiludir, abandonar ou, pior ainda, para nos dar a impressão de não ser inadequada, mas quase certa, mantendo-nos assim presos no limbo do amor.
Não é toda a gente que é capaz de fazer isto.»

É caso para dizer: - Fada-se!

Páscoa




Desde pequeno que fugia da catequése como o diabo foge da cruz. A disciplina de Religião e Moral estava estratégicamente programada para as 8 horas da manhã de terça-feira, pelo que, genéticamente dominado pela perguiça, nunca apareci.

Assisti a algumas daquelas cerimónias típicas (casamentos, baptizados e funerais), mas com pouco empenho - acabava por escapar para o adro, para brincar com os outros putos ou, mais tarde, para fumar às escondidas. Há mesmo quem afirme que estive presente no meu próprio baptismo, mas não me lembro.

Servem estes parágrafos para justificar a minha profunda ignorância no que diz respeito à religião católica. Aquilo que conheço dos seus princípios, valores, ideais, fundamentos e histórial, é fruto de uma curiosidade tardia e de uma forte indignação. Quando comecei a tentar perceber o mundo que me rodeava tropecei, por mais do que uma vez, nas intervenções, ensinamentos e tomadas de posição da Igreja Católica Apostólica Romana (ICAR).

Ora, pensei eu, não será melhor investigar mais a fundo o que é que estes senhores estão a querer dizer, e o porquê de o estarem a dizer? Foi o que fiz. Como é obvio as minhas pesquisas foram limitadas, por vezes cirúrgicas, e ficaram muito longe de me conferir qualquer predicado válido em Teologia. Mas fizeram alguma luz no meu espírito e esclareceram algumas das minhas dúvidas.

No entanto houve um conjunto de questões que resistiram, sobretudo em torno do tema da Páscoa. Afinal qual é o significado da Páscoa? Creio que tem a ver com os últimos dias da vida de Jesus, a sua condenação, crucificação, morte e resurreição. Mas também tenho a sensação que já na época de Jesus se celebrava a Páscoa e, se não estou em erro, é exactamente essa celebração que está retratada na "Última Ceia". Nesse caso, a ser verdade, então celebra-se o quê, afinal? E qual é, exactamente a diferença, entre Páscoa e Quaresma?

Prevejo um fim-de-semana pascal interessantíssimo a investigar este assunto. No entanto, se houver por aí alguma alma caridosa que se apiede de mim, e me esclareça... ficarei imensamente grato.

E já agora: onde é que entra o Coelhinho da Páscoa, no meio desta história? Também foi a Coca-Cola que inventou?

Update: Graças ao blogue Rua da Judiaría, via Renas e Veados, esclareci muitas das minhas dúvidas, numa leitura posterior à concepção desta posta. Recomendo.

quarta-feira, março 23, 2005

IndieLisboa 2005

21 de Abril a 1 Maio
Forum Lisboa e Cinemas King



Programação e tudo e tudo e tudo aqui!

terça-feira, março 22, 2005

Melhor do que uma massagem

(ou talvez não!)

Para aliviar a ansiedade, a angústia e o stress, nada como um passeio com um dos nossos melhores amigos - o cartão de crédito!







Não tenho a certeza da função de alguns destes objectos. Mas gosto na mesma. Espero que aquela coisa branca e esguia seja uma escova de dentes.

Felizmente a imaginação não paga juros nem imposto de selo, nem é amortizada em suaves prestações de 90% do vencimento mensal.

Odeio-te Philip Starck!

sábado, março 19, 2005

Fim de semana à tarde

.
Enquanto a Prima Vera chega e não chega, vai-nos deixando neste impasse, neste chove e-não-molha (ou chove - não chove), com tardes acinzentadas e pachorrentas, que nos impregam de um desejo profundo de inactividade, de ficar deitado no sofá a contemplar o vazio, ou o ecrã da televisão, que é quase o mesmo. Para os mais inquietos, ou mais exigentes, ou menos preguiçosos, o refúgio num livro pode ser uma boa desculpa para uma tarde de modorra.

Se não tivesse uma vida social tão agitada, era o que eu faria. Tendo em conta esse facto, resolvi antecipar-me, não dormir, e devorar os livros que me andavam a fazer comichão nos últimos tempos.


Um desses livros despertou-me a curiosidade por estar a ter um sucesso de vendas sub-reptício; é um daqueles titulos que se vendem às pinguinhas, mas com muita regularidade, um ou dois por dia. Além disso foi aconselhado pelo Panascal, o que é sempre um bom indício. Peguei, devorei e adorei.



Intitula-se "A Sombra do Vento", e é da autoria do espanhol Carlos Ruiz Zafón. Uma narrativa engenhosa alia-se a um estilo de escrita escorreito, limpo de barroquismos e pretensiosismos. Não quero desvendar muito da história, por isso adianto apenas que envolve um escritor deaparecido, um livro amaldiçoado, identidades dúbias, perseguições e inevitavelmente desencontros amorosos, intrigas e muito mistério. Quem for fã de outro famoso escritor espanhol, Arturo Peréz-Reverte, não vai sair defraudado desta história.

Outro título a destacar-se, apesar da histería/carneirada em redor do Código Da Vinci (e sucedâneos) e do José Gil, é o recente romance de Nelson Motta, "O Canto da Sereia". Este livro marca o surgimento de uma nova editora, especializada em autores brasileiros, a Palavra, associada à Asa, mas com uma linha editorial mais estimulante, mais cuidada em termos estéticos, com um piscar de olho descarado ao público que começa a cansar-se do hermetismo da Assírio & Alvím.




"O Canto da Sereia" tem a Bahia como pano de fundo, e narra o mistério e investigação do assassinato de Sereia, a maior estrela do firmamento da Música Popular Brasileira, em pleno desfile do carnaval de Salvador. Os personagens e o ambiente transportam-nos para uma Bahia enraizada em costumes antigos, mas bem atenta ao desenvolvimento característico das sociedades modernas. Candomblé de mãos dadas com a alta tecnologia, o caciquismo com o marketing, a sensualidade dos trópicos e a descoberta de "novas" formas de amar.

Li-o de um fôlego. Eu que não gosto muito de literatura sul-americana! Há que ter em conta que Nelson Motta apresenta uma perspectiva muito própria, fruto talvez de uma filtragem chamada "Manhattan Connection", ou do convivio íntimo com Marisa Monte, Marilia Pêra ou Ellis Regina. Ninguém pode sair impúne.

quinta-feira, março 17, 2005

Jorge Costa olé olé!




Não sou grande apreciador de futebol. Vejo um ou outro jogo, de vez em quando, na televisão, durante os campeonatos da Europa ou do Mundo, ou quando não tenho mesmo mais nada para ver ou fazer. Por vezes acabo por achar piada. Especialmente após duas ou três "mines".

Pronto, está bem, eu confesso: vejo aquilo mais por causa das pernas dos jogadores, e das imagens homoeróticas das celebrações de cada golo!

Gosto das pernas (só das pernas!) do Sérgio Conceição e do Moreira. Gosto do Baía, em geral. Gosto do Maldini e do Casillas. Gosto MUITO do Diego. Mas nenhum chega aos calcanhares do Jorge Costa. NENHUM!

Este sim, é um homem com ó grande! É giro, não é completamente bronco, e quando é preciso, no momento certo, consegue transformar-se num autêntico animal. Que mais é que uma pessoa pode pedir?

Bom, que viesse para o Sporting, para começar!

domingo, março 13, 2005

Simone


Provavelmente as ciências esotéricas terão uma explicação para este fenómeno. Eu não tenho, não preciso e não quero. Basta-me saber que pelo nome de Simone respondem três das melhores cantoras-intérpretes do universo. E duas delas falam português.


Simone de Oliveira


simplesmente Simone


Nina Simone

sábado, março 12, 2005

Manmachine Returns!

A NÃO PERDER!



Eu vou. E tu?
Desta vez não há desculpa. Não podia ser mais perto de Lisboa. É em Lisboa, no Bar Lisboa.
Vá lá! Deixa de te armar em velhinh@! Vais fazer o quê? Ficar em casa a ver versões baratas do Conan O'Brian? Bah!

quinta-feira, março 10, 2005

Aqui Vou Ser Feliz!!!


Finalmente foi aprovado o crédito que me vai permitir ficar a pagar uma casa, durante os próximos 134 anos.

Acabou-se a estroinice! Vou deixar de viajar, de comprar roupa, livros, cd's e dvd's, de sair à noite, de fumar e de comer. Mas vou ter A MINHA CASA! A casa com que sonhei desde que me lembro de ser gente. No bairro com que sempre sonhei.


a minha nova rua

Dentro em breve o Bairro do Amor, até aqui sedeado nos subúrbios de Lisboa, vai mudar-se para o local que esteve na sua origem, a sua matriz espiritual: O Bairro de Alfama.



A casa é um apartamento T0,5 pequenino e engraçado, onde cabem 3,7 pessoas de cada vez. Não é muito, mas pelo menos é aconchegado. Urge encontrar-lhe um nome. Estou indeciso entre "A Toca", a imitar o Eça, e "A Casa d@ Mariquinhas", por ser em Alfama, capital do fado, e porque,... sou eu que vou lá morar, ora essa!



Para compensar a exiguidade do espaço, logo ao sair da porta há um largo convidativo e solarengo (ver foto), propício a todo o tipo de festas, arraiais, romarias, sardinhadas e celebrações que se possa imaginar.

A festa de inauguração ainda não está marcada, mas assim que houver uma data, eu aviso. Será bem vindo que vier por bem e quiser "ser feliz aqui!"

terça-feira, março 08, 2005

Dia das Mulheres





Não sou grande adepto de efemérides e dias internacionais de não-sei-quê e não-sei-que-mais. Mas hoje abro uma excepção. O dia de hoje é dedicado às mulheres. Mulheres que são mães, esposas, irmãs, tias e avós. Mulheres que são amigas e amantes. Mulheres que são exemplos, para outras mulheres e para todos os homens. Mulheres que estão ao nosso lado nos dias bons, nos dias maus, nos dias assim-assim. Mulheres que sabem quem são, que lutam pelo direito a serem quem são, que não baixam os braços e não viram a cara. Mulheres que se souberam construir, que se fizeram mulheres, mesmo quando não nasceram mulheres.

A todas as mulheres - à que me gerou, às que me criaram, às que me ensinaram, às que continuam a ensinar-me, às que cuidam de mim, às que me apoiam, às que me acarinham, às que me amam, e que eu amo - um abraço do tamanho dos sonhos.

domingo, março 06, 2005

Homo Art




Livrito interessante da Taschen. Reúne algumas das principais obras de arte, cujos autores ou objectos se relacionam com o tema da homossexualidade. Desde os Gregos e Romanos, até ao Tom of Finland e Pierre & Gilles, passando pelo Caravaggio, David Hockney ou Jean Cocteau, entre outros, menos óbvios.


Caravaggio

George Quaintance

sábado, março 05, 2005

"No bairro do amor a vida é um carrossel..."


É bem verdade, no que me diz respeito. Mas mais oscilantes que a minha vida, são os meus estados de espírito, como alguns já devem ter reparado. O mais preocupante é que algumas pessoas conhecem-me e, ao fim de dois dias, chegam a esta mesma conclusão.

Eu não estou louco. EU NÃO ESTOU LOUCO! EU NÃO ESTOU LOUCO!!!

Quanto muito estarei um bocadinho cansado. E susceptível. E irritável. E rezingão. E atreito a discussões estéreis, em que o meu melhor (único) argumento é o porque sim.

Pfff! Acabei de descrever a minha personalidade, em termos gerais. Eu sou assim. Isto não é uma fase. Só que há dias em que sou mais Eu, do que em outros. Ou então sou esquizofrénico.

O facto é que, ao contrário da semana passada, estou particularmente bem disposto e feliz. Sem razão aparente.

Hum! Desconfio que mamãe anda a temperar a comida com anti-depressivos.

Ai Freitas! Quem te viu e quem te vê...!




Surpresa, surpresa, não é. E também não me choca profundamente. Mas deixa-me uma sensação desconfortável, como uma pedra no sapato, ver Freitas do Amaral à frente do Ministério dos Negócio Estrangeiros de um Governo do PS.

Reconheço-lhe a capacidade, a experiência e o prestígio. Revejo-me, até certo ponto, nas opções diplomáticas que tem defendido. Olho com simpatía a sua aproximação à esquerda. Simpatia, mas não entusiasmo.

É que, numa família de socialistas e de comunistas, cresci a desconfiar (por vezes a abominar) tudo o que Freitas representa(va). As primeiras memórias que tenho dele reportam-se às eleições presidenciais de '86, quando a palavra de ordem, lá em casa, era "Soares é fixe!".

Sei, e não me esqueço, que Freitas do Amaral colaborou com o Estado Novo, durante o Marcellismo, que foi o fundador do CDS, que na sequência do 25 de Abril empunhou o estandarte da Direita reaccionária, que fez parte de (chegou a dirigir) alguns governos pouco felizes, que só deixou a cena política, talvez amuado, quando deixou de ter espaço e credibilidade junto dos seus pares democratas-cristãos. Também não me esqueço que apoiou o PSD do artista anteriormente conhecido como Durão Barroso, nas anteriores eleições legislativas.

Há que ter, ainda, em conta que Diogo Freitas do Amaral é o autor das peças de teatro "O Magnífico Reitor" e "Viriato", da biografia de D.Afonso Henriques, bem como do Curso de Direito Administrativo Vol. I e II. Isto para não desenvolver o facto de ser casado com a... romancista Maria Roma. Nada positivo.

Finalmente fica-me a sensação de o senhor, no fundo, não ter espinha dorsal. E de não se importar muito com quem apoia, desde que isso lhe traga algum dividendo, isto é, protagonismo, luzes da ribalta. Não sendo este o caso, fica o contorno impreciso de uma negociação obscura, um "toma lá - dá cá" desnecessário e indesejável, sobretudo para quem está na sua posição.

O que me espanta, no meio disto tudo, é o silêncio e a benevolência com que os dirigentes do PCP e do BE estão a deglutir este facto.

Vamos ver como se desenrolarão os próximos números de contorcionismo do nosso novo Ministro dos Negócios Estrangeiros.