sexta-feira, julho 29, 2005
Candidatos Presidenciais
* Manuel de Oliveira (idade desconhecida e matematicamente impossível de calcular.)
*Agustina Bessa-Luis(acho que foi ela que escreveu o Antigo Testamento, portanto, é só fazer as contas.)
*Camilo de Oliveira (nem é assim tão velho, 300 anos no máximo, mas as piadas são.)
*Alex do Mister Gay (os milagres até podem existir, mas também têm limites.)
* Maria Alice Caneças (a.k.a. Lili) (lá está, os milagres até podem existir, mas também têm imensos limites)
Se a antiguidade fosse posto estes seres dominavam o Mundo.
quinta-feira, julho 28, 2005
Rapaz do bengaleiro do Frágil (5)
Quero ser eu, um dia, aquela voz
que te faz ficar mudo e transparente
ainda quando diz os tolos versos
em que o amor se diz habitualmente.
Quero ter eu, desse modelo, os seios
e a cor da pele, e a sílica volúpia
e tão longos cabelos que te seja
mais fácil agarar-me pela nuca.
Cremoso como iogurte, e doce ao tacto
todo serei anúncio, mas servido
ao íntimo canal do teu ouvido.
Nem sei em que moeda me destroque
que pague o privilégio de em mim só
seres certo tu, e tudo o mais fingido.
António Franco Alexandre, in "Duende"
Frederico Lourenço
.
Além de um Ego de tamanho considerável, Frederico Lourenço, corre o sério risco de vir a ser comparado a Agustina Bessa-Luis e a Gonçalo M. Tavares. Não pela qualidade da escrita, mas pela velocidade a que lança novos títulos para o mercado. E esse não é um bom indício.
A Agustina é a Agustina, intangível, goste-se ou não. Gonçalo M. Tavares passou dez anos enclausurado a escrever livros de enfiada, e optou por editá-los todos ao mesmo tempo. Ou quase.
"A Formosa Pintura do Mundo", a nova obra de Frederico Lourenço, "é uma sequência de ficções interligadas sobre a pintura, a música e o desejo". Espero que a escrita não se tenha ressentido com a urgência de contar, e que o tempo tenha atenuado a tentação autobiográfica.
Astianax (2)
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Rapaz do bengaleiro do Frágil (4)
Vizinhos e comadres
quarta-feira, julho 27, 2005
don@ de casa desesperad@ (2)
Como é que se dá um jantar para seis (6) pessoas sem:
- Mesa de jantar e respectivas cadeiras;
- Sofá e respectivas almofadas;
- Um bom livro de receitas japonesas e respectivo cozinheiro;
- hem?
Quero a minha mãe!
Nick Hornby x 2
.
O que é que há de comum entra a Nelly Furtado e o Bruce Springsteen? E entre o Rufus Wainwright e Van Morrisson? Ou entre Aimee Man e Soulwax?
Aparentemente nada. Mas a verdade é que todos eles foram alvo da apreciação de Nick Hornby, um dos meus escritores fetiche, no livro "31 Canções". Também lá estão, entre outros, o Bob Dylan, os Beatles, o Santana, o Rod Stewart, os Led Zeppelin, a Ani DiFranco, Röyksopp e Butch Hancock.
Quem leu "Alta-Fidelidade" já sabe com o que contar, apesar de o registo ser muito diferente: crónicas de teor mais pessoal, em vez de ficção. Creio que não será por aqui que Nick Hornby anagariará um grande clube de fãs, mas não é tempo completamente perdido.
Do mesmo autor saíu "Um Grande Salto". Ainda só lí meia dúzia de páginas, mas pareceu-me promissor. Sentí imediatamente o tipo de humor característico de Hornby, entre o cínico e o cândido, quase infantil. O livro conta a história de três suicídas que, por acaso, se encontram no topo do mesmo prédio, quando se preparam para acabar com as suas vidas pouco felizes, na noite de ano novo. Promete.
Como não há bela sem senão, resta-me perguntar: será que a merda da editora Teorema já considerou contratar tradutores que saibam escrever em português? E em revisores de texto, será que já ouviu falar? É que há parágrafos inteiros quase ilegíveis, de tão mal traduzidos e editados. Assim não precisam de pagar direitos de autor, porque o Nick Hornby não escreveu nada vagamente parecido com o que lá vem supostamente traduzido.
Soares é fixe!
Mas, admitamos, já não vai para novo. Pode estar muito bem conservado, para quem viveu tanto em apenas oitenta anos; pode não sofrer do coração, de Alzheimer, de doenças sexualmente transmissíveis, - que se saiba - mas, diga-se a bem da verdade, já não dispõe da agilidade mental de outros tempos. E apesar disso mete num chinelo qualquer eventual adversário político.
Agora, que dizer de um país que tem que recorrer às glórias de um passado já não muito recente para se governar? Que classe politica é esta, que alimenta vacas sagradas, mitos e tabus, incapaz de se renovar e de se comprometer com causas válidas? Que povo é este, acomodado no seu permanente desconforto, inapto para gerar ideais renovados e dinâmicas aglutinadoras?
É certo que por toda a Europa se sente a orfandade dos grandes líderes carismáticos. O mais próximo disso que temos, neste momento, é Tony Blair, o qual não passa de uma sombra, ou de uma caricatura. Zapatero talvez lá chegue, mas ainda é cedo para falar. Apesar deste estado de coisas, nem por isso os franceses foram ressuscitar o Mitterrand, nem os alemães estão a suspirar por Helmut Kohl, e já nem sequer a maioria dos ingleses tem sonhos eróticos com a Dama de Ferro.
Soares é fixe. Soares é uma referência histórica e política. Soares é o pai da Democracia portuguesa. Há que dar-lhe valor por isso, e por tudo o mais que realizou. E é em momentos como este que se devem homenagear figuras como a de Soares, demonstrando que o seu trabalho deu frutos, e que a sociedade portuguesa está preparada para pegar no seu testemunho, gerar novas lideranças e novos ideais.
Soares, para mim pelo menos, será sempre o nosso Presidente. Não precisa de eleições. Precisa é de gozar a merecida reforma.
terça-feira, julho 26, 2005
Rapaz do bengaleiro do Frágil (2)
quero que saibas que:
"Se eu fosse compositor
compunha em teu louvor
um hino triunfal"
"Se eu fosse crítico de arte
havia de declarar-te
obra-prima à escala mundial"
Jorge Palma
sábado, julho 23, 2005
Direito à Lei
Também não acho piada nenhuma a crianças. Não quero ter filhos, sejam biológicos ou adoptados. (Mais uma vez apenas a ideia de um filho d'o-rapaz-do-bengaleiro-do-Frágil poderia abrir uma brecha nesta argumentação.)
Mas isto é o que eu penso agora. Não sei se sempre pensarei assim. Além de que as minhas escolhas dizem-me respeito a mim, e ninguém tem que ficar sujeito às minhas tomadas de posição pessoais.
Agora uma coisa é certa: fossem outras as minhas opções e o caso seria bem mais complicado. É que eu vivo num país hesitantemente em vias de desenvolvimento social, cultural, político e moral - entre outros. Um país onde a lei fundamental do estado, a Constituição da República, garante a Liberdade dos cidadãos, mas onde o Código Civil, que regula uma parte considerável dos actos desses mesmos cidadãos, não respeita essa mesma Liberdade. Um exemplo:
Artigo 13.º(Princípio da igualdade)
1. Todos os cidadãos têm a mesma dignidade social e são iguais perante a lei.
2. Ninguém pode ser privilegiado, beneficiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razão de ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação económica, condição social ou orientação sexual.
Isto é o que está redigido na Constituição da República Portuguesa. Mas no Código Civil está expresso:
ARTIGO 1577º (Noção de casamento)
Casamento é o contrato celebrado entre duas pessoas de sexo diferente que pretendem constituir família mediante uma plena comunhão de vida, nos termos das disposições deste Código.
Ou seja, se em teoria não posso ser discriminado em função do meu sexo e da minha orientação sexual, na pratica não me é permitido constituir família e celberar um contrato de casamento com uma pessoa do mesmo sexo que eu (situação inerente à minha condição plenamente assumida de homossexual).
Isto porque o sistema legislativo e judicial português está parado no tempo em que familia significava um paizinho, uma mãezinha, sete filhinhos ranhosos e uma avozinha a apodrecer a um canto, todos muito pobrezinhos, perdão, humildes e católicos.
E porque ainda está impregnado da moral judaico-cristã repressiva e reaccionária que olha para a sexualidade e para o prazer sexual de uma forma ignorante e desconfiada, ancorada que está no objectivo único da reprodução, com o conceito de pecado a espreitar em cada linha.
Não considero que a legislação tenha que estar na vanguarda das modificações da sociedade. Mas deve estar atenta e actualizada, assegurando as liberdades, garantias, direitos e deveres de todos os cidadãos.
O que significa que deve cobrir, regulamentar, com a máxima abrangência possivel, todos os âmbitos de actuação dos cidadãos. O que inclúi os modos como se relacionam entre si. Pelo que existem, neste momento, algumas centenas, talvez milhares, de famílias que, por não corresponderem ao estereótipo tradicional, não têm direito ao reconhecimento legal.
Esta situação não é legítima e não é admissível num estado de direito, que se diz democrático. E é uma causa que diz respeito não apenas aos homossexuais, mas sim a todos os cidadãos que não se revêm neste estado de coisas.
Tudo isto para chamar a atenção para uma campanha que está a decorrer no Renas e Veados e no Random Precision.
Será apenas a ponta do iceberg, mas é um bom princípio.
sexta-feira, julho 22, 2005
O rapaz do bengaleiro do Frágil
Acredito piamente que o rapaz do bengaleiro do Frágil pode muito bem ser o homem da minha vida.
Talvez seja altura de eu deixar de grunhir quando na verdade quero dizer Olá!
E aquele esgar, que mais parece de dor, mas é na verdade um sorriso, também tem que desaparecer.
...
Frágil
Sinto-me Frágil...
Ambiente fim de regime
quinta-feira, julho 21, 2005
Urinoterapia
"Atenção! Atenção!"
"Notei que você tem problema com:
- sua pele (seca, alergias, acne...)
- seu peso (quilos em excesso...)
- e também doenças de toda a espécie
(reumatismo, asma, etc.)
Voce está no fim de sua paciência
E tem neessidade de uma ajuda
gratuita, eficaz e garantida!
Muito bem - eis a resposta - a utilização
de um produto para seu corpo
que você tem em si mesmo
Voce pode bebê-lo - lavar-se com ele -
ou fazer compressas
Sim, é mesmo a sua própria urina!..."
Argh! Já chega. Só tenho uma palavra para isto: Blhéque!
O facto é que, por muito absurdo que pareça, isto existe, faz parte de um livro com um título particularmente eloquente:
E chega ao ponto de sugerir que esta práctica poderá influir no tratamento de doenças como " o Aids", diabetes, bulimia e... micoses nos pés!!! entre outras.
Ah estes seres chamam à urina a Água da Vida!
E há pessoas que compram esta merda.
quarta-feira, julho 20, 2005
O Principezinho
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A propósito de Dessine-moi un mouton...
"À noite, deitei-me na areia e adormeci, a mil e uma milhas de terra habitada, mais isolado do que um náufrago agarrado a uma jangada no meio do mar. Imagine-se então a minha surpresa ao ser acordado de madrugada por uma voz muito fininha, a pedir:
- Se faz favor... desenha-me uma ovelha!"
Excerto de "O Principezinho", de Antoine de Saint-Exupéry
Milene Farmer
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Milene Farmer. Num copo misturador junta-se uma dose de Madonna e uma porção de... aaaah... digamos... por exemplo... Modern Talking. Tempere-se com LSD a gosto, apenas o suficiente para deixar o cérebro todo queimadinho. Mistura-se bem e... voilá.
A senhora até parece estar cheia de boas intenções. Mas a bem da verdade, há que dizer, com frontalidade, que a tipa sofre de perturbações mentais, com especial incidência sobre a questão do incesto.
Apesar disto (por causa disto?) é uma das grandes referências do bichedo francês. Talvez não fosse má ideia as nossas travecas começarem a variar, a deixar a xô dona Amália descansar em paz, a acabarem com as homenagens a coirões como a Celine Dion e a Máriza, e pegassem no trabalho da Milene Farmer. Não iam fazer pior figura, de certeza, e sempre eram originais. Até porque algumas das musiquinhas até são perfeitamente sofríveis e até dançáveis.
Dessine-moi un mouton
Quelle solitude
De mourir
Sans certitude
D'être au moins
Une particule
De vie
Un point minuscule
Utile à quelqu'un
Quelle solitude
D'ignorer
Ce que les yeux
Ne peuvent pas voir
Le monde adulte
Isolé
Un monde abrupt
Et là, je broie du noir
Dessine-moi un mouton
Le ciel est vide sans imagination
C'est ça
Dessine-moi un mouton
Redevenir l'enfant que nous étions
Dessine-moi un mouton
Le monde est triste sans imagination
C'est ça
Dessine-moi un mouton
Apprivoiser l'absurdité du Monde
Quelle solitude
De se dire
Que la morsure
Du temps n'est rien
Le rêve est bulle
De vie
Un bien majuscule
Utile au chagrin
Déconfiture
Des pépins
Mais je veux croire
En l'au-delà
Et vivre est dur
Toujours un choix
Mais je jure
Que le monde est à moi
Dessine-moi un mouton
Le ciel est vide sans imagination
C'est ça
Dessine-moi un mouton
Redevenir l'enfant que nous étions
Dessine-moi un mouton
Le monde est triste sans imagination
C'est ça
Dessine-moi un mouton
Apprivoiser l'absurdité du Monde
Il est à moi...
Il est à moi...
Il est à moi...
Il est à moi...Le Monde
Dessine-moi un mouton
Le ciel est vide sans imagination
C'est ça
Dessine-moi un mouton
Redevenir l'enfant que nous étions
Dessine-moi un mouton
Le monde est triste sans imagination
C'est ça
Dessine-moi un mouton
Apprivoiser l'absurdité du Monde
sexta-feira, julho 15, 2005
Harry Potter and the Half-Blood Prince
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segunda-feira, julho 11, 2005
Lobo
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Homossexual, gay, bicha, mariconso e por aí fora já não me satisfazem. Bondage, S&M e afins não se aplicam. Militar e leather, por muito que me fascinem, também não. Alternativo... nem sei bem o que é que isso quer dizer. Hip ou trendy (ou seja bicha fashion): já não tenho dinheiro para estoirar em roupa de marca e em pastilhas maradas. And so on, and so on...
Até que cheguei aos Ursos. De facto tenho alguma pelagem, mas não sou grande, nem possante. Para Cub já não vou tendo idade. E francamente, pode ser muito bonito, mas a história dos abraços excluiu-me imediatamente. Sou muito pouco táctil, pelo menos a um nível social. Detesto um abraço como cumprimento.
Insatisfeito, resolvi criar uma nova categoria: o Lobo. É assim tipo um Urso com tendência para a anorexia, e personalidade sociopata (embora eu prefira usar o termo strong sillent type).
E não é que, entretanto, descobri que já existia esta tribo!? O problema é que quase não existe informação disponível on line, e muito menos em português. Deixo aqui, portanto, o meu apelo a toda a bicheza que por aí ande, e saiba alguma coisa sobre o tema, para que tenha a caridade de me esclarecer.
Auuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu!
don@ de casa desesperad@
Isto de se ser don@ de casa tem muito que se lhe diga!
A minha casa está um caos. Tenho tudo desarrumado. Não tenho nada comestível nos armários, nem no frigorífico. Para beber tenho água da torneira. Ah e meia garrafa de whisky.
Qualquer comparação com o filme Poltergeist poderá ser mera coincidência, ou não, mas começo a achar que o meu prédio foi construído sobre um antigo cemitério de insectos.
Por todas estas (e mais algumas) razões respiro fundo sempre que meto a chave na porta. Chego a ter medo de convidar alguém para ir lá.
E eu que me achava uma autêntica f@da do lar!
sábado, julho 09, 2005
Cafajestxi!
sexta-feira, julho 08, 2005
Casamentos Gay
Sim, está bem, não podem casar uns com os outros. Pormenores.
Hino do Verão 2005
Começo a ficar um bocadinho enjoado com Humanos, a Maria Albertina, as rugas, o muda de vida e por aí fora. Apesar disso escolhi como banda sonora para o meu Verão 2005 o tema "na lama".
Se me quiseres conhecer
É la contigo
Se me quiseres encontrar
Vou ter prazer em vir tomar chá
Estou no lado
Estou no sítio
Mal afamado
Estou esquisito
É la contigo
Terei prazer em ir vir tomar chá
Estou no lado
Estou no sítio
Mal afamado
E estou esquisito
E é lá que eu vou estar
Até te escutar
E é lá que eu vou estar
Até te escutar
É lá contigo
Se me quiseres repetir
a fazer par ou mesmo a dividir
Estou no poço
não reprimido
é bem perigoso
estou comigo
E é lá que eu vou estar
Até te escutar
E é lá que eu vou estar
Até te esgotar